quinta-feira, 28 de maio de 2009
Consórcio governista sepulta voto em lista fechada
Os partidos que dão suporte a Lula na Câmara reuniram-se na última terça-feira (26). Discutiram a reforma política. Deu-se o previsível: bateram-se os últimos pregos no caixão da proposta que instituía o voto em lista fechada. Junto com a novidade que privaria o eleitor de escolher diretamente os candidatos a deputado e a vereador, foi ao esquife o financiamento público das campanhas.Premidos pelos sócios minoritários do consórcio lulista –PDT, PTB, PSB, PP, PR, PL, PV, PMN, etc—os líderes das megalegendas –PMDB e PT—renderam-se às evidencias.Foi à cova também o requerimento que se pretendia votar na quarta (27), para conferir o caráter de “urgência” à tramitação da reforma política. Alheio à atmosfera de velório, Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que fora escalado para dar redação final ao projeto de reforma, protocolou na Mesa o seu texto.Seguiu-se no plenário uma cena inusitada: endossado pelo governo Lula, o texto de Ibsen é defendido nos microfones apenas pela oposição.
Só os líderes oposicionistas –Ronaldo Caiado (DEM), José Aníbal (PSDB), Fernando Coruja (PPS) e Ivan Valente (PSOL)— se animam a cobrar a votação da reforma.“Podemos perder na votação do painel”, disse Caiado. “O que não é admissível é resolver tudo no tapetão”.“Fomos convidados para mais uma farsa”, ecoou Aníbal. “Ao primeiro ranger de dentes, o governo, que nunca teve compromisso com nenhuma reforma, refluiu”.Ivan valente falou em “conluio” pela manutenção do “corrupto” sistema privado de financiamento das campanhas.Mais do que um velório, o plenário da Câmara realiza nesse momento o enterro da reforma, que se resumia à lista e ao chamamento à Viúva.Caiado anunciou que o DEM entra em obstrução. Antes de votar qualquer projeto ou medida provisória, exige explicações dos líderes do PMDB e do PT.Encurralados pelos partidos médios e pequenos que gravitam ao redor do Planalto, Cândido Vacarezza (SP), do PT, e Henrique Eduardo Alves, do PMDB, fingem-se de mortos. Não disseram em plenário palavra sobre o recuo. Antes, no encontro com os demais governistas, decidiram privilegiar a “unidade” do bloco governista em detrimento da reforma. Para não dizerem que pararam de falar de flores, os governistas passaram a defender uma proposta de emenda constitucional de José Genoino. Prevê uma Constituinte unicameral dedicada exclusivamente à reforma política. Coisa para 2011.
Fonte: BLOG DO JOSIAS
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