HISTORINHA DO ELEITOR ARREPENDIDO...

Um cidadão caminhava desorientado dentro de uma Igreja. Visivelmente nervoso, com as mãos trêmulas e com expressão de choro no rosto, ele não sabia como iniciar o processo de reparação do mal que havia cometido. Até que avistou o confessionário.
- Triiiiiiiiiiiiim.
O apito da campainha despertou o padre, que logo chegou ao local.
- Diga, meu filho. O que te aflige? Percebo a aflição em tua face. Tu estás na casa de Deus. Abre o teu coração sem medo. Confia na palavra do Senhor.
- Padre, eu pequei. Pequei e não me perdoo.
- O que fizeste, filho?
- Eu votei no Prefeito que tá no poder. E votei com muita fé.
Soluçando e em desespero, seguiu o cristão:
- Eu confiei, padre. Sou tão culpado quanto os demais eleitores. Depositei minha confiança num homem que eu julgava ético, honesto e bom governante. E veja o que ele faz!
- Este é um pecado grave...
- Gravíssimo! Por causa do meu voto, ele achou-se livre para empregar os parentes, para não investigar as denúncias de corrupção, para comprar briga contra os demais poderes e instituições. É um desgoverno, padre!
Ele não fez uma única obra até agora!
- Sem falar das más companhias...
- Nem fale! Ele está cercado de pessoas da pior espécie! E tudo por causa do meu voto!
- Sinto te informar, meu bom homem, que tua penitência será pesada.
- Sou merecedor dessa pena, padre! Estou com vergonha dos meus amigos! Como pude fazer votar repetidamente nesse sujeito!
- Agora é tarde, filho. Terás de rezar muito, especialmente o Pai Nosso, a oração que Jesus nos ensinou... Creio que "10" vezes ao dia.
- É pouco, padre. Muito pouco. Preciso de uma punição maior...
- Filho, reza muito. Reza com fé. Pede ao nosso Senhor que o tempo ande rápido e que esse Prefeito entregue logo o cargo. Todavia, pensa que o maior ensinamento que estás tendo é o teu próprio arrependimento... Eu te abençôo por isso. Vai com Deus.
O eleitor, mais aliviado, agradece ao pároco e deixa a igreja lentamente e promete para si mesmo: Nesse Prefeito nunca mais. E VEM AÍ A PASSEATA DOS ARREPENDIDOS...